Psicoterapia: funciona mesmo?

Se compararmos com antigamente, a psicologia era fomentada por pré-conceitos e pré-julgamentos, estando relacionada, de alguma forma, direta ou indiretamente, com a “loucura”. Pode-se dizer que a psicologia evoluiu bastante, perdendo tal conotação e ganhando cada vez mais seu espaço dentro da sociedade. Nunca tanta gente consultou um psicólogo para falar de sua vida. Mas será que vale a pena gastar tempo e dinheiro contando nossa intimidade a alguém que mal conhecemos? Afinal, terapia funciona?

 

Milhares de pessoas estão insatisfeitas com o que são ou como são. Querem se livrar de fobias, manias obsessivas, conseguir dormir bem, ter forças para sair da cama pela manhã, deixar para trás dificuldades sexuais, tornar a vida mais interessante ou simplesmente buscar o autoconhecimento. Por isso, elas têm desbravado o mundo das terapias atrás de soluções e respostas.

 

A palavra terapia vem do grego “therapeúein”, que carrega significados como cuidar e assistir. Desabafar no ombro de um amigo e conversar com um médico atencioso pode até ser terapêutico – mas não é um método que afasta o sofrimento por meio de técnicas apoiadas em fundamentação teórica, as psicoterapias (aqui me refiro às diversas linhas de abordagem da psicologia), todas, de um modo ou de outro, baseadas no tratamento pela fala.

 

Citarei alguns benefícios, com base científica, da Psicoterapia:

 

– Dezenas de pesquisas neurológicas provam que sessões de psicoterapia modificam conexões neurais e padrões de comportamento.

– Pesquisas com neuroimagem funcional, método que fotografa o fluxo sangüíneo no cérebro, estão provando que a terapia baseada na fala causa, sim, efeitos permanentes no nosso sistema de aprendizagem, memória e processamento de emoções.

– Novos arranjos das sinapses ocorrem durante o aprendizado promovido pela psicoterapia. O tratamento modifica as redes associativas que antes estavam relacionadas à situação de dor e dificuldade.

– Há indícios de que as psicoterapias promovem o fortalecimentos das funções executivas, ligadas ao córtex pré-frontal, em outras palavras, faz as pessoas pensarem melhor.

 

Uma das correntes mais fortes é a Terapia Cognitivo-Comportamental. A TCC quer saber pouco do passado ou dos desejos reprimidos do paciente, como é no caso da Psicanálise. O tratamento costuma ser mais curto e se concentra no que a pessoa pensa sobre si e como esse pensamento se reflete em suas ações. Por um exemplo: para a TCC, os sintomas depressivos vêm de pensamentos e crenças negativas sobre si e sobre o mundo. Utiliza técnicas para identificar os pensamentos e crenças distorcidas ou disfuncionais que o paciente tem de si próprio. A idéia é fazer o paciente perceber seus pensamentos e procurar corrigi-los, gerando novos padrões de raciocínio e resultando na permanência das mudanças alcançadas pela psicoterapia.

 

Como qualquer outro tipo de tratamento, a eficácia depende da força de vontade do paciente, da habilidade do psicoterapeuta e, sobretudo, da relação que os dois desenvolvem, por isso, procure por alguém com quem você se sinta à vontade para falar de seus problemas e vida pessoal. Só assim a terapia poderá lhe oferecer tais benefícios.

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